terça-feira, 3 de abril de 2012

Van Gogh, a Tragédia e a Cor.

Era uma manhã quente do verão de 1888 em Arles, sul da França. O sol quente e a luz mediterrânea que atraíram tantos pintores também trouxeram aquele artista, que carregando um cavalete, telas e tintas caminhava pelos campos à procura não da bela paisagem, que se mostrava benevolente, mas da emoção, da cor. Esse homem veio do norte, da  pequena cidade holandesa de  Grootzundeter, onde nasceu em 1853. Em sua vida estiveram presentes sempre, dualidades extremas, a tragédia e o maravilhoso. A tragédia na sua história pessoal, o maravilhoso na expressão da sua arte. 

Exterior de Café, à Noite, na Place du Forum em Arles- Van Gogh.
  
O amarelo avermelhado faz contraste com o azul escuro da noite. A luz e a cor no amarelo e o brilho das estrelas fazem a atmosfera emocionante desse quadro.

A loucura, a pobreza, a incompreensão, a amargura, a tristeza e a solidão, marcam sua vida. Sob o sol forte do verão de Arles, pinta rápido, com força. Procura. "Mas o caminho que sigo, tenho de manter, se não fizer nada, se não estudar, se não procurar, então estou perdido". Com estas palavras, Vincent Van Gogh, o homem que pintava nos campos de Arles, resume a sua vida. Ele não sabia naquele momento, e nunca veio a saber, que já havia encontrado. Havia encontrado a expressividade da cor.

 
Café em Arles - Foto do Autor - Uma tarde em Arles em 2007.      

Van Gogh foi o primeiro passo para chegar à idéia de arte contemporânea. A arte hoje é vista como a expressão de um conceito, de uma emoção, através de qualquer veículo. Esta visão totalmente aberta e livre não seria atingida sem a rebeldia de Van Gogh. A história da arte é uma história, felizmente, sem fim. Outros movimentos estão acontecendo e mesmo com a rapidez da informação, com a TV, a Internet, os jornais e revistas é impossível se avaliar o que provavelmente só será reconhecido pelas futuras gerações. Mas a história de Van Gogh nos incita a ficar de olhos abertos e sem preconceitos, olhar sem julgamentos para a arte que está sendo criada agora, procurar o novo e talvez, porque não, ter a ousadia de também criar. 
      Fonte: Artes by Naturale

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